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Possibilidades de uso do livro SuperAÇÃO: dislexia tem solução

Atualizado: 19 de dez. de 2022


Que bom que você adquiriu o nosso livro SuperAção dislexia tem solução! Trata-se de um material de psicoeducação para apoiar famílias, escolas e terapeutas a conversarem com crianças com dificuldades de leitura, com suspeita diagnóstica de dislexia ou que já saibam que possuem algum transtorno de aprendizagem.


O professor pode usar o material na sala de aula para explicar o que é a dislexia e o porquê alguns alunos precisam de algumas adaptações. Além disso, pode utilizar em reuniões de pais, coletiva ou individualmente, a fim de conscientizar os responsáveis a buscarem tratamento adequado.


Após ler com seu filho, paciente ou aluno sobre a história do Pedrinho, reflita com a criança que, assim como Pedrinho venceu os desafios, ela também irá vencer. O livro permite inúmeras reflexões, algumas delas:


A dislexia não tem relação com a falta de inteligência

A dislexia não tem relação com a falta de inteligência (páginas 1 a 6), ao contrário, a dislexia é um transtorno do neurodesenvolvimento que dificulta que a criança desenvolva habilidades básicas de linguagem oral e de leitura. Em outras palavras, apesar de inteligentes, pessoas com dislexia apresentam grande dificuldade em processar os sons da fala e relacioná-los às letras.


“é que apesar de curioso e de gostar de aprender, em sua cabeça as letras se confundem, os sons parecem desaparecer!”



Desenvolvimento da autoestima

Outra possibilidade de reflexão é sobre a autoimagem do aluno, mostre para a criança que o Pedrinho estava começando a acreditar que, devido a tanta dificuldade na hora da lição, Pedrinho estava tendo problemas de comportamento e consequências emocionais, pois estava acreditando que “não era um bom menino, não tinha inteligência e nem gostava de estudar. Sua curiosidade começava a se apagar” (páginas 8 a 12).




Importância dos pais e professores

Estas páginas de 8 a 12 são especialmente importantes para trabalhar com os pais e demais figuras de autoridade na vida da criança, pois, muitas vezes, por falta de informação, julgam que a criança não está se engajando nas tarefas e por isso não aprende, quando pesquisas recentes evidenciam que é mais provável que ocorra o contrário disso, ou seja, na verdade, as crianças vão deixando de se engajar nas tarefas escolares por terem dificuldades de aprendizagem. A página 13 reforça a importância do professor ser treinado para conseguir distinguir entre dificuldades de aprendizagem e transtornos de aprendizagem.



Adaptação curricular

O livro ainda possibilita conversas sobre a importância da avaliação (página 16), pois, embora muito possa ser feito na própria sala de aula, muitas crianças precisaram de um apoio especializado, por exemplo, com psicopedagogo ou fonoaudiólogo. O texto da página 17, dá abertura para refletir com a criança que, em muitos casos, é necessário que a escola faça algumas acomodações, como oferecer provas adaptadas. Esse é um procedimento comum e, na maioria das vezes, transitório. Reflita com a criança sobre não se envergonhar caso ela precise de algum suporte deste tipo.


É possível refletir com a escola e com a família que cada criança é única e o nível de apoio e adaptações que cada uma precisará poderá variar bastante. O julgamento a respeito desse tipo de estratégia para compensar os déficits de aprendizagem do aluno deverá ser feito por equipe multidisciplinar e escola.


Essas foram algumas das possibilidades de reflexão por meio da história do Pedrinho. Quais outras reflexões essa história te remete? Me conta por meio das redes sociais (@omundodogabs).


Análise qualitativa dos tipos de erro

Além de ajudar com a psicoeducação, o material pode servir para ajudar numa análise qualitativa dos tipos de erro do aluno. Na página 6, peça para a criança encontrar os erros na escrita do Pedrinho e escrever a forma correta da palavra numa folha. Essa estratégia permitirá que você avalie qualitativamente se a criança percebe erros de ordem visual (letras invertidas). Além disso, você poderá observar se a criança percebe as trocas fonológicas nas palavras tapete e café.




Estimule a consciência fonológica


Aproveite a página 7 e, oralmente, sem mostrar o texto, peça para a criança dizer se leão rima com pé ou com pavão, se ela acertar, pergunte quais outras palavras terminam igual a leão, caso erre, faça algumas brincadeiras para estimular a habilidade de rima.


De igual modo, oralmente, sem mostrar o texto escrito, pergunte se a criança consegue identificar qual palavra começa igual a jacaré: chá ou Japão. Caso erre, faça brincadeiras para estimular a habilidade de aliteração.


Você também pode estimular a consciência fonológica na página 17. Peça para a criança procurar figuras que rimam com cola: sacola (atrás da mãe), bola (no chão do quarto) e mola (dentro da caixa em cima da estante).


Pergunte quais figuras rimam com quadrado: soldado e dado, ambos na estante.



Pergunte também qual brinquedo começa igual a rodo: robô (na estante de livros) e qual começa igual a casa: caixa e carro (ambos na estante).


Atenção


Lembre-se que a dificuldade em habilidades relacionadas a consciência fonológica, como rima e aliteração, assim como a escrita espelhada são alguns dos sinais que sugerem uma possível dislexia. Contudo, ter dificuldades nessas habilidades não é suficiente para fechar um diagnóstico, do mesmo modo, alunos de anos mais avançados podem não ter dificuldades com as tarefas propostas aqui neste post e ainda assim terem um transtorno de aprendizagem.


Deste modo, é importante destacar que se você, seu filho, paciente ou aluno se identificou com a história do Pedrinho, busque apoio especializado. Logo abaixo você pode acessar o site de dois institutos de referência em pesquisa, avaliação e intervenção que podem ser uteis:




Conheça também o trabalho de avaliação e intervenção que o autor realiza como psicopedagogo clínico no https://cumedesenvolvimento.com.br




Sobre o autor do livro

Dr. Gabriel Brito


Pedagogo, com especialização em psicopedagogia, mestrado e doutorado em distúrbios do desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM. Gabriel é cofundador do Educar com Evidências e coordenador do Cume – espaço de desenvolvimento cognitivo, onde também atua com avaliação e intervenção das dificuldades de aprendizagem e déficit de atenção. Além disso, permanece como pesquisador do grupo de Neuropsicologia Infantil da UPM, atualmente dirige seus estudos a área da avaliação neuropsicológica, com ênfase em Leitura e Escrita.


Endereço para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6644101125679963



Referências


American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora.


Brito, G. (2022). Superação: dislexia tem solução. Brainnews Editora.


Capovilla, A. G. S., & Capovilla, F. C. (2007). Problemas de leitura e escrita: como identificar, prevenir e remediar numa abordagem fônica. Editora Memnon

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